Os militantes da Frente Nacional de Libertação de Angola (FNLA) reconduziram hoje Lucas Ngonda como presidente daquele partido, num congresso marcado por confrontos entre duas alas que provocaram um morto e vários feridos.
D e acordo com informação prestada pelo porta-voz do partido, Laís Eduardo, Lucas Ngonda reuniu o apoio de 524 congressistas durante a votação de hoje, assumindo novo mandato de quatro anos à frente da FNLA.
Concorreram ainda à presidência daquele partido histórico angolano Pedro Gomes (124 votos), David Martins (nove votos) e Tozé Fula (quatro votos).
O quarto congresso ordinário da FNLA decorreu desde sexta-feira em Viana, arredores de Luanda, e ficou marcado, no primeiro dia, por confrontos entre militantes de duas alas do partido que provocaram um morto e 14 feridos.
A sessão de abertura do congresso, prevendo a presença de 1.501 representantes, só aconteceu mais de quatro horas depois do previsto, após intervenção policial.
No discurso de abertura, o presidente do partido, Lucas Ngonda – de uma das alas em confronto -, lamentou os incidentes e anunciou que vai escrever à Presidência da República, queixando-se por a polícia não ter comparecido no local no início do congresso, como tinha sido solicitado pela direcção da FNLA, face a alegadas ameaças.
A outra facção é liderada por Ngola Kabangu, destituído da presidência após decisão do tribunal, mas que se assume igualmente como líder da FNLA.
A polícia já fez saber que assegurou apenas o policiamento no exterior do local escolhido para a realização do congresso, dado que a segurança no interior do recinto não é da sua responsabilidade.
Os apoiantes de Ngola Kabangu, que não se apresentou a votos, comunicaram que iriam comparecer no congresso.
Devido aos confrontos de sexta-feira – que segundo o partido não se repetiram nos dias seguintes -, o congresso foi prolongado por mais um dia, estando a sessão de encerramento agendada para segunda-feira, depois das 15 hoaras.
Juntamente com o MPLA, partido no Governo desde 1975, e com a UNITA, maior partido da oposição, a FNLA foi um dos movimentos nacionalistas envolvidos na guerra pela libertação angolana do domínio colonial português.
Conhecido como o partido “dos irmãos”, a FNLA foi fundada há mais de meio século pelo histórico líder angolano Holden Roberto.
Contrariamente ao peso do MPLA e da UNITA no plano político angolano, a FNLA conta actualmente com apenas dois deputados eleitos ao parlamento e tem vindo a enfrentar vários problemas na sua organização interna.